O álbum Sandy e Junior, de 2006, acabou se revelando o primeiro passo para a separação da dupla
Cinco de abril de 2006. As pessoas que eram cadastradas no site oficial da dupla Sandy e Junior receberam em seus e-mails neste dia uma imagem de fundo marrom com duas silhuetas pequenas no centro, uma menina e um menino na cor bege, que não dizia muita coisa a prinícipio, e uma mensagem, escrita numa fonte estilo máquina de escrever, mais misteriosa ainda: “Você vai querer ouvir de novo”.
Esta foi a primeira ação de marketing dos cantores pop para promover o disco Sandy e Junior, que chegaria nas lojas 23 dias depois. O 15º álbum vinha com uma proposta de amadurecimento musical dos irmãos de Campinas após uma longa estrada permeada pelo sertanejo infantil, até chegar nas baladas e pop-rock que definiram o estilo dos jovens cantores.
Muito longe dos tempos áureos dos arrebatadores álbuns de milhões de cópias As Quatro Estações (1999), Quatro Estações - O Show - Ao Vivo (2000), e Sandy e Junior (2001), a dupla vinha desdeIdentidade (2003), tentando mostrar que havia evoluído no meio musical ao mostrarem mais composições e uma sonoridade própria.
A prova disso foi o hiato de três anos entre Identidade e o disco de 2006, ao qual não se deram ao trabalho de dar um título. Nesse meio tempo, eles se dedicaram a projetos paralelos, o que levantou grandes rumores, na época, de que a parceria estava chegando ao fim.
Estranho Jeito de Amar, composta por Junior Lima, Tatiana Parra e Otávio de Moraes foi a segunda e última música de trabalho do disco, e a faixa fez tanto barulho quanto Replay, ganhando até espaço na trilha da novela das sete Pé na Jaca, da Rede Globo. O destaque fica por conta do vídeoclipe de 13 minutos que eles gravaram para esta canção, com direção do próprio Junior e Fernando Andrade.
Embora tenha apenas 12 faixas, Sandy e Junior tem músicas interessantes que, para os fãs, só enriquece a lista de bons lados B da dupla: Ida Nem Volta, Você Não Banca o Meu Sim, Nós Dois no Abismo e Destinos são faixas que merecem uma boa atenção. A ousadia também está presente em Nas Mãos da Sorte, onde Junior Lima (enquanto produtor do disco, junto com o argentino Sebastian Krys) trouxe para a mesma música Milton Nascimento recitando Gabriel O Pensador e Taboo, do Black Eyed Peas, numa letra mais engajada; e na polêmica Discutível Perfeição, onde Sandy usou sua arma mais poderosa – a voz e a composição – para dar uma resposta bem-humorada aos estereótipos criados em cima de sua própria imagem. Por fim,Último, a enigmática faixa instrumental que encerra o álbum, parecia prever que seria mesmo a última música gravada em estúdio pela dupla.
O disco vendeu pouco: apenas 150 mil cópias de acordo com a Associação Brasileira de Discos (ABPD). Mas foi indicado ao Grammy Latino de 2006 como Melhor Álbum Pop Contemporâneo. Uma das críticas disse na época que o álbum era uma “produção rica para uma música pobre”.
Para os fãs, Sandy e Junior é um disco simbólico. Era o prenúncio do fim de um ciclo de 17 anos que seria anunciado apenas um ano depois.
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